domingo, 20 de outubro de 2013


Sindipetro-NF
O ajudante de Caldeiraria, Elísio, da PCP sofreu um grave acidente com fratura exposta a bordo de P-48. A plataforma está sendo operada pela equipe de contingência selecionada pela Petrobrás e segundo os trabalhadores a pressão a bordo está grande para cumprimento de pendências da marinha.
O acidente aconteceu na praça de máquinas de P-48, onde trabalhavam juntos montador de andaime, pintor, maçariqueiro soldador e lixador, todos no mesmo espaço e em ritmo frenético no trabalho.
O trabalhador só foi atendido pelo enfermeiro após 45 minutos, porque não conseguiam localizar onde estava o acidentado. Para o NF, essa é a maior demonstração que a operação por equipes de contingência coloca em risco todos trabalhadores da unidade.

Duzentos e nove trabalhadores ainda em cárcere privado


 O Sindipetro-NF recebeu até às 12h de domingo, 20, informações de que em pelo menos 13 plataformas da Bacia de Campos ainda há petroleiros grevistas mantidos em cárcere privado. O número de trabalhadores que aderiram à greve e solicitaram desembarque chega a 209.
O Sindipetro reafirma seu repúdio ao comportamento da empresa, que pratica o crime de cárcere privado para manter a produção a todo custo, como denunciado pela entidade à Vara do Trabalho de Macaé e à Polícia Federal.
As informações sobre o cárcere privado e outras ocorrências nas plataformas e demais bases podem ser enviadas paradiretoria@sindipetronf.org.br.



FUP
Neste sábado, 19, os trabalhadores do Sistema Petrobrás entraram em seu terceiro dia de greve, intensificando as paradas de produção em várias unidades da empresa. Os petroleiros continuam sem realizar a troca de turno em todas as unidades operacionais das bases da FUP. Segundo informações dos sindicatos, a adesão permanece entre 90% e 100% dos efetivos das unidades operacionais, com participação dos trabalhadores terceirizados e também do administrativo.
Na madrugada de hoje, os petroleiros que embarcariam na P-55, plataforma recém construída que entraria em produção este final de semana na Bacia de Campos, aderiram à greve e não realizaram o embarque. Pela manhã, o Sindipetro-NF recebeu a informação de que também os trabalhadores de Garoupa (PGP-1), que estavam na escala de embarque de sexta-feira à noite, não embarcaram, somando-se à greve. Portanto, agora são 42 plataformas paralisadas na Bacia.
A Petrobrás segue tentando manter a produção com equipes de contingência, colocando em risco os trabalhadores e a segurança das unidades. Cresce ações dos sindicatos exigindo a liberação dos trabalhadores que estavam nos turnos antes da deflagração da greve, na meia noite do dia 16, e continuam nas unidades mesmo contra sua vontade, o que configura cárcere privado.
Os petroleiros estão comprovando sua imensa capacidade de organização e o poder de luta da categoria. A greve prossegue forte em todas as bases da FUP, ganhando corações e mentes de trabalhadores de diferentes gerações.
Apesar das ações antissindicais da Petrobrás, que insiste em desrespeitar o direito de greve, com interditos proibitórios, cortes nas comunicações das plataformas, cárcere privado nas unidades, entre outras arbitrariedades, os petroleiros seguem parados. A operação tem sido mantida na maioria das unidades do Sistema Petrobrás por equipes de contingência da empresa, formadas por gerentes, supervisores e outros profissionais sem experiência nas tarefas de rotina das refinarias, plataformas e terminais, o que coloca em risco a segurança das equipes e das próprias unidades.
Na Bacia de Campos, já foram registrados vazamentos nas plataformas PCE-1 e P-15 e ocorrências de alarme em P-08. No Terminal de Paranaguá (PR), as equipes de contingência colocaram a segurança em risco durante um bombeamento de GLP para a Repar, na sexta-feira.
Intimidações - Os Sindipetros Amazonas e Paraná informaram que as Forças Armadas estão fazendo patrulhamentos das unidades da Petrobrás que estão na greve, na tentativa de intimidar os trabalhadores. Na sexta-feira, o Exérctio enviou um caminhão com tropas para rondar a Refinaria do Paraná (Repar). No Amazonas, a Marinha que atracou duas vezes navio de guerra no Rio Solimões, próximo ao Terminal da Transpetro - no final da tarde de sexta e novamente hoje pela manhã.
Participação dos trabalhadores terceirizados
No Espírito Santo, a greve conta com a participação dos trabalhadores terceirizados e apoio do Sindicato dos Rodoviários, na paralisação das carretas e caminhões, que não estão sendo carregados com combustíveis.
No Temadre, na Bahia, os trabalhadores da RS Maritimos, empresa que realiza amarração de navios e conexão de mangote, estão sob cárcere privado e ameaça de demissão.
No Norte Fluminense, cerca de 5 mil trabalhadores que atuam nas obras do Projeto de Ampliação de Processamento de Gás e Condensado (Plangas) do Terminal de Cabiúnas, em Macaé, também aderiram à greve.
Solidariedade
Várias categorias já manifestaram apoio à greve dos petroleiros, como engenheiros, radialistas e jornalistas da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC). O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, divulgou um artigo em apoio à categoria. “A greve dos petroleiros é em defesa dos interesses do Brasil, pelo controle das nossas riquezas e para que os lucros com a exploração de nossas reservas naturais sejam revertidos em melhoria de vida para o povo brasileiro. É uma luta entre os que defendem o Brasil para os brasileiros e os entreguistas do patrimônio público”, ressalta o sindicalista. 
Na manhã deste sábado, Frei Beto foi aplaudido pelos convidados e jornalistas do programa Caminhos Alternativos, da Rádio CBN, quando questionado sobre o que tira ele do sério. “Me tira do sério ver o Brasil leiloar Libra na segunda-feira”, frisou o religioso, alegando que, apesar de não deixar que as coisas mundanas afetem o seu equilíbrio e paz interior, é impossível ficar calmo diante de crimes contra a soberania, como o leilão de Libra. Falou e disse Frei Beto. O Brasil inteiro está contra o leilão.
Reivindicações
Os petroleiros lutam pela suspensão do leilão de Libra, previsto para acontecer nesta segunda-feira, 21, contra o PL 4330, que trata da regulamentação da terceirização com ataques aos direitos trabalhistas, e por avanços na campanha reivindicatória.
QUADRO NACIONAL DA GREVE NAS BASES DA FUP
Plataformas e campos terrestres
Bacia de Campos: 42 plataformas;
Bahia: campos de produção terrestre de Miranga, Balsamo, Araçás, Buracica e  22 poços do Ativo Norte.
Rio Grande do Norte: 22 plataformas marítimas e campos terrestres de Alto do Rodrigues, Campo do Amaro, Riacho da Forquilha, Base 34 e Campo de Estreito.
No Espírito Santo: estação Fazenda Alegre
Refinarias
Estão parados os trabalhadores das refinarias de Duque de Caxias (Reduc/RJ), Manaus (Reman/AM), Paulínia (Replan/SP), Mauá (Recap/SP), Mataripe (Rlam/BA), Gabriel Passos (Regap/MG), Paraná (Repar), Alberto Pasqualine (Refap/RS), Abreu e Lima (Pernambuco), Potiguar Clara Camarão (RPCC/RN) além da SIX (usina de Xisto/PR) e da FAFEN (fábrica de fertilizantes/BA).
Transpetro
Na Transpetro, a greve atinge os terminais de Solimões (AM), Suape (PE), Jaboatão (PE), Madre de Deus (BA), Campos Elíseos (Duque de Caxias/RJ), Cabiúnas (Macaé/RJ), Guararema (SP), Guarulhos (SP), São Caetano (SP), Barueri (SP), São Francisco do Sul (SC), Itajaí (SC), Guaramirim (SC), Biguaçu (SC), Paranaguá (PR), Osório (RS), Canoas (RS) e Rio Grande (RS).
Gás, Biodiesel e Termoelétricas
Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC/ES);  malha do gás de São Paulo; usinas de Biodiesel da Bahia e de Montes Claros (MG); Termorio (Duque de Caxias) e Termoeletrica Aureliano Chaves (MG).
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