FUP
Neste sábado, 19, os
trabalhadores do Sistema Petrobrás entraram em seu terceiro dia de greve,
intensificando as paradas de produção em várias unidades da empresa. Os
petroleiros continuam sem realizar a troca de turno em todas as unidades
operacionais das bases da FUP. Segundo informações dos sindicatos, a adesão
permanece entre 90% e 100% dos efetivos das unidades operacionais, com
participação dos trabalhadores terceirizados e também do administrativo.
Na madrugada de hoje, os
petroleiros que embarcariam na P-55, plataforma recém construída que entraria
em produção este final de semana na Bacia de Campos, aderiram à greve e não
realizaram o embarque. Pela manhã, o Sindipetro-NF recebeu a informação de que
também os trabalhadores de Garoupa (PGP-1), que estavam na escala de embarque
de sexta-feira à noite, não embarcaram, somando-se à greve. Portanto, agora são
42 plataformas paralisadas na Bacia.
A Petrobrás segue tentando
manter a produção com equipes de contingência, colocando em risco os
trabalhadores e a segurança das unidades. Cresce ações dos sindicatos exigindo
a liberação dos trabalhadores que estavam nos turnos antes da deflagração da
greve, na meia noite do dia 16, e continuam nas unidades mesmo contra sua
vontade, o que configura cárcere privado.
Os petroleiros estão
comprovando sua imensa capacidade de organização e o poder de luta da
categoria. A greve prossegue forte em todas as bases da FUP, ganhando corações
e mentes de trabalhadores de diferentes gerações.
Apesar das ações
antissindicais da Petrobrás, que insiste em desrespeitar o direito de greve,
com interditos proibitórios, cortes nas comunicações das plataformas, cárcere
privado nas unidades, entre outras arbitrariedades, os petroleiros seguem
parados. A operação tem sido mantida na maioria das unidades do Sistema
Petrobrás por equipes de contingência da empresa, formadas por gerentes,
supervisores e outros profissionais sem experiência nas tarefas de rotina das
refinarias, plataformas e terminais, o que coloca em risco a segurança das equipes
e das próprias unidades.
Na Bacia de Campos, já
foram registrados vazamentos nas plataformas PCE-1 e P-15 e ocorrências de
alarme em P-08. No Terminal de Paranaguá (PR), as equipes de contingência
colocaram a segurança em risco durante um bombeamento de GLP para a Repar, na
sexta-feira.
Intimidações - Os Sindipetros Amazonas
e Paraná informaram que as Forças Armadas estão fazendo patrulhamentos das
unidades da Petrobrás que estão na greve, na tentativa de intimidar os
trabalhadores. Na sexta-feira, o Exérctio enviou um caminhão com tropas para
rondar a Refinaria do Paraná (Repar). No Amazonas, a Marinha que atracou duas
vezes navio de guerra no Rio Solimões, próximo ao Terminal da Transpetro - no
final da tarde de sexta e novamente hoje pela manhã.
Participação dos trabalhadores terceirizados
No Espírito Santo, a greve
conta com a participação dos trabalhadores terceirizados e apoio do Sindicato
dos Rodoviários, na paralisação das carretas e caminhões, que não estão sendo
carregados com combustíveis.
No Temadre, na Bahia, os
trabalhadores da RS Maritimos, empresa que realiza amarração de navios e
conexão de mangote, estão sob cárcere privado e ameaça de demissão.
No Norte Fluminense, cerca
de 5 mil trabalhadores que atuam nas obras do Projeto de Ampliação de
Processamento de Gás e Condensado (Plangas) do Terminal de Cabiúnas, em Macaé,
também aderiram à greve.
Solidariedade
Várias categorias já
manifestaram apoio à greve dos petroleiros, como engenheiros, radialistas e
jornalistas da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC). O presidente nacional
da CUT, Vagner Freitas, divulgou um artigo em apoio à categoria. “A greve dos
petroleiros é em defesa dos interesses do Brasil, pelo controle das nossas
riquezas e para que os lucros com a exploração de nossas reservas naturais
sejam revertidos em melhoria de vida para o povo brasileiro. É uma luta entre
os que defendem o Brasil para os brasileiros e os entreguistas do patrimônio
público”, ressalta o sindicalista.
Na manhã deste sábado,
Frei Beto foi aplaudido pelos convidados e jornalistas do programa Caminhos
Alternativos, da Rádio CBN, quando questionado sobre o que tira ele do sério.
“Me tira do sério ver o Brasil leiloar Libra na segunda-feira”, frisou o
religioso, alegando que, apesar de não deixar que as coisas mundanas afetem o
seu equilíbrio e paz interior, é impossível ficar calmo diante de crimes contra
a soberania, como o leilão de Libra. Falou e disse Frei Beto. O Brasil inteiro
está contra o leilão.
Reivindicações
Os petroleiros lutam pela
suspensão do leilão de Libra, previsto para acontecer nesta segunda-feira, 21,
contra o PL 4330, que trata da regulamentação da terceirização com ataques aos
direitos trabalhistas, e por avanços na campanha reivindicatória.
QUADRO NACIONAL DA GREVE NAS BASES DA FUP
Plataformas e campos terrestres
Bacia de Campos: 42
plataformas;
Bahia: campos de produção
terrestre de Miranga, Balsamo, Araçás, Buracica e 22 poços do Ativo
Norte.
Rio Grande do Norte: 22
plataformas marítimas e campos terrestres de Alto do Rodrigues, Campo do Amaro,
Riacho da Forquilha, Base 34 e Campo de Estreito.
No Espírito Santo: estação
Fazenda Alegre
Refinarias
Estão parados os
trabalhadores das refinarias de Duque de Caxias (Reduc/RJ), Manaus (Reman/AM),
Paulínia (Replan/SP), Mauá (Recap/SP), Mataripe (Rlam/BA), Gabriel Passos
(Regap/MG), Paraná (Repar), Alberto Pasqualine (Refap/RS), Abreu e Lima
(Pernambuco), Potiguar Clara Camarão (RPCC/RN) além da SIX (usina de Xisto/PR)
e da FAFEN (fábrica de fertilizantes/BA).
Transpetro
Na Transpetro, a greve atinge
os terminais de Solimões (AM), Suape (PE), Jaboatão (PE), Madre de Deus (BA),
Campos Elíseos (Duque de Caxias/RJ), Cabiúnas (Macaé/RJ), Guararema (SP),
Guarulhos (SP), São Caetano (SP), Barueri (SP), São Francisco do Sul (SC),
Itajaí (SC), Guaramirim (SC), Biguaçu (SC), Paranaguá (PR), Osório (RS), Canoas
(RS) e Rio Grande (RS).
Gás, Biodiesel e Termoelétricas
Unidade de Tratamento de
Gás de Cacimbas (UTGC/ES); malha do gás de São Paulo; usinas de Biodiesel
da Bahia e de Montes Claros (MG); Termorio (Duque de Caxias) e Termoeletrica
Aureliano Chaves (MG).
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